Nos últimos dias recebemos diversas mensagens relatando o surgimento de manchas e pedras pretas em alguns pontos da orla da cidade. Nos relatos, alguns internautas apontaram para possíveis vestígios de petróleo.
O oceanógrafo e engenheiro ambiental Antônio Mattos, chefe de gabinete da Secretaria do Meio Ambiente analisou o material coletado e explicou que trata-se sedimentos de origem paludosa (de áreas encharcadas – pântanos costeiros), há muito tempo cobertos e compactados pelos sucessivos movimentos de transgressão e regressão do mar que acabou por cobrir estes ambientes com areia marinha há milhares de anos. Estes afloramentos ocorrem frente aos eventos meteorológicos associados a passagem de frentes frias que promovem intensa erosão da faixa de praia (como ocorreu recentemente com as ressacas que tivemos semanas atrás) fazendo com que porções mais superficiais afloreçam, geralmente na porção do mesolitoral, próximo a zona de varrido das ondas, em locais onde há ocorrência deles.
De acordo com o Secretário Eduardo Santa Helena, estes afloramentos são mais comuns do que se imagina: ” existe um balneário no litoral norte gaúcho denominado barro preto devido a estes afloramento que nesta área eram bem mais visíveis. Pescadores e viajantes que utilizavam a faixa de praia para deslocamento tinham seus veículos presos nesses bolsões que por vezes se apresentam não tão consolidados” completou o Secretário.
Portanto, as manchas que surgiram na beira da praia não se tratam de hidrocarbonetos (petróleo).
Alanna Hanna