Operação investiga movimentação de R$ 1,4 bilhão em lavagem de dinheiro do tráfico

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Uma operação deflagrada nesta quinta-feira pela Polícia Federal e pela Receita Federal combate o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro nacional no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. Segundo informações da investigação, uma organização criminosa teria movimentado nos últimos três anos R$ 1,4 bilhão para lavar recursos obtidos com o comércio de entorpecentes.

Cerca de 200 policiais federais cumprem mandados de prisão contra 21 pessoas, mandados de busca e apreensão em 40 endereços e ordens judiciais para sequestro e bloqueio de imóveis, fazendas, aeronaves, embarcações, veículos e contas bancárias, estimados em mais de 25 milhões de reais.

O inquérito policial foi instaurado em junho de 2017 para apurar o envio de cocaína da Bolívia para o Rio Grande do Sul. Com o desenvolvimento das investigações, a Polícia Federal identificou que aviões partiam de Mato Grosso do Sul para serem carregados com grande quantidade de cocaína (em média 500 quilos) na Bolívia e seguiam até o território gaúcho, onde pousavam em fazendas adquiridas pela organização criminosa. Posteriormente, a droga seguia por via rodoviária para outros estados e permanecia em depósitos até ser despachada para a Europa através de portos brasileiros.

Apreensão em Santa Catarina

Uma das apreensões ocorreu no terminal portuário de Navegantes, em Santa Catarina, onde 811 quilos da droga estavam escondidos em blocos de granito. Os carregamentos foram localizados pela Receita Federal em contêineres que seriam despachados para a Espanha. Em outra apreensão, em 23 de junho deste ano, a Polícia Federal flagrou 448 quilos da droga escondidos em um bloco de concreto, em um caminhão que trafegava pelo município de Unistalda (RS).

Até o momento, foi possível comprovar o volume de 2,2 toneladas de cocaína que foram enviadas ou que seriam despachadas do Brasil para a Europa pelo grupo criminoso.

Prisões ajudam a montar operação

A partir da prisão de um narcotraficante e de alguns dos investigados, a Polícia Federal conseguiu analisar dados bancários e fiscais da quadrilha. O suspeito foi detido em agosto de 2017, em Tramandaí, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Durante a avaliação das informações, foi descoberta a utilização de doleiros de São Paulo no esquema.

A investigação já rastreou cerca de 90 empresas de fachada e 70 pessoas empregadas como “laranjas” do grupo para a operacionalização da lavagem de dinheiro e operações de câmbio ilegais.

 

 

Correio do Povo

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