O vice-governador Gabriel Souza foi um dos convidados da reunião-almoço “Tá na Mesa”, realizada nesta quarta-feira (17/5), apresentando o painel “Violência contra mulher: quando o empreendedorismo liberta”. No enconto, Gabriel abordou as ações do Rio Grande do Sul pela segurança e liberdade econômica das mulheres. O evento promovido pela Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) contou também com a presença da juíza de direito do 1° Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Porto Alegre, Madgéli Frantz, e da presidente do Conselho da Mulher Empreendedora da Federasul, Simone Leite.
O vice-governador iniciou sua fala tratando da importância da presença de mulheres em cargos de liderança. “É preciso promover espaços de empoderamento e representação”, afirmou ele, mostrando dados do governo estadual. Dos 119.436 servidores, 61,3% são mulheres. Em cargos de chefia, elas representam 60,5% do total. Das 27 secretarias de Estado, dez são comandadas por mulheres.
Durante a palestra, foram abordados os aspectos e desafios das mulheres em situação de vulnerabilidade. Discutiu-se também como o empreendedorismo pode oferecer oportunidades para as vítimas de abusos e violência.
Diminuição de casos de feminicídio
Em abril deste ano, foram cinco casos de feminicídio no Rio Grande do Sul, contra dez no mesmo período de 2022, totalizando uma queda de 50%. No acumulado de janeiro a abril, a redução foi de 23,7%. No primeiro quadrimestre, foram 29 ocorrências contra 38 no mesmo período do ano passado.
“Temos buscado avançar e proteger as mulheres no Estado. Mesmo se o número de mortes por feminicídio cair para um, ainda estaremos com percentuais altos”, enfatizou Gabriel. Segundo o vice-governador, uma nova iniciativa envolvendo o projeto Monitoramento do Agressor será anunciada nos próximos dias pelo governador Eduardo Leite.
Após citar a importância da existência da Lei Maria da Penha, por prever punição para a violência contra mulher, a juíza Madgéli Frantz explicou que as ações do Estado, como o monitoramento eletrônico, auxiliarão cada vez mais na efetividade das medidas protetivas. “Temos que acreditar que o sistema protege, mas precisamos pensar que pode e deve melhorar”, frisou a juíza.
Fortalecimento do empreendedorismo feminino
Durante o evento, foram citadas as motivações pelas quais muitas mulheres seguem no ciclo de abuso. A mais enfatizada foi a falta de liberdade econômica. O vice-governador expôs a realidade que afeta muitas mulheres. “Existe uma grande dificuldade em conciliar os cuidados com a casa, a família e o trabalho, o que sinaliza mais um aspecto da desigualdade”, explicou Gabriel.
De acordo com a pesquisa “Mulheres empreendedoras e seus negócios”, realizada em 2022 pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME), oito em cada dez mulheres afirmam que, para conciliar o trabalho com os cuidados da casa e da família, é preciso empreender. Além disso, 83% concordam que as tarefas domésticas atrapalham mais as mulheres do que os homens na hora de empreender. Das entrevistadas pela pesquisa, 70% afirmam que equilibrar negócio e família é um desafio, e 57% se sentem sobrecarregadas.
No Rio Grande do Sul, o empreendedorismo feminino voltou a crescer em 2022 – após três anos de queda, de acordo com a pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM/RS). No ano passado, 43% dos novos empreendedores gaúchos eram do sexo feminino. E, para fortalecer esses negócios, existem diferentes iniciativas viabilizadas pelo governo do Estado – como os programas Mulheres Empreendedoras, Badesul + Mulheres Empreendedoras e Empreendedoras do Sul – BRDE.
No encontro, o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, anunciou a criação de um Grupo de Trabalho que terá a missão de criar oportunidades dentro das empresas e preparar medidas de acolhimento às mulheres vítimas de violência doméstica.
Prestigiaram o evento a secretária de Comunicação, Tânia Moreira; a secretaria extraordinária de Inclusão Digital e Apoio às Políticas de Equidade, Lisiane Lemos; o secretário de Assistência Social, Beto Fantinel; o secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Mateus Wesp; e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo; além de representantes do Comitê EmFrente, Mulher e do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM).
Texto: Juliane Pimentel/Ascom GVG
Edição: Felipe Borges/Secom