Foi iniciada a capacitação de agentes de saúde municipais e estaduais para o uso de uma nova tecnologia de combate ao Aedes aegypti, denominada ovitrampas. O evento, promovido pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), começou nesta segunda (7/11) e segue até sexta-feira (11/11), tendo como público profissionais das Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs) e dos 23 municípios selecionados para serem pilotos no projeto. Técnicos do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estão no Estado para ministrar a capacitação, com aulas práticas e teóricas.
Segundo o diretor adjunto do Cevs, Marcelo Valandro, o RS é o primeiro Estado brasileiro a operacionalizar a tecnologia de forma ampla e não apenas em municípios isolados. “Essas armadilhas vêm para se somar ao grande desafio que é o combate ao mosquito causador de doenças como dengue, zika vírus e chikungunya. Ele explicou que os primeiros municípios a implementarem a estratégia foram escolhidos a partir de critérios epidemiológicos e operacionais, para, em breve, a tecnologia ser utilizada em outros locais.
O coordenador-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Cássio Peterka, disse, em participação virtual, que a dengue é uma das piores epidemias que o Brasil enfrenta, depois da covid-19. No Rio Grande do Sul, apenas em 2022, já foram registrados 66 óbitos pela doença e confirmados 65 mil casos, número maior que a soma de todos os casos registrados no Estado nos últimos sete anos.
A secretária da Saúde, Arita Bergmann, disse que essa nova política é uma esperança para reverter esses dados. “Praticamente todo território gaúcho tem a presença do Aedes. Precisamos conter a circulação desse vetor.”, afirmou.
A tecnologia
Ovitrampas (armadilhas para ovos), são armadilhas que monitoram a presença do inseto, com uso de levedo de cerveja para atrair a fêmea do mosquito. Elas serão utilizadas para mapear as áreas de maior risco e intensificar demais ações de prevenção nesses lugares.
De início, foram selecionados 23 municípios pilotos para fazerem parte do projeto, em locais selecionados pelas equipes da Secretaria da Saúde (SES). Após implementação nos municípios piloto, os demais municípios poderão aderir ao monitoramento, mediante condições técnicas e treinamento das equipes.
Os municípios selecionados são: Bento Gonçalves, Campo Bom, Estância Velha, Farroupilha, Igrejinha, Jaboticaba, Lajeado, Lindolfo Collor, Montenegro, Nova Hartz, Nova Petrópolis, Nova Santa Rita, Parobé, Rondinha, Santo Ângelo, São Marcos, Sapiranga, Sapucaia do Sul, Três Coroas, Triunfo, Tucunduva, Vacaria e Venâncio Aires.
Texto: Marília Bissigo / Ascom SES
Edição: Secom