Será o projeto de pesquisa do Campus Osório “SustainPads: Absorventes Sustentáveis e acessíveis a partir de subprodutos industriais” o representante do Brasil na grande final do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo (Stockholm Junior Water Prize – SJWP), que acontece na Suécia em 26 de agosto de 2022. O anúncio foi feito na cerimônia de encerramento da etapa brasileira, no Rio de Janeiro, na noite de segunda-feira, 06 de junho.
As estudantes autoras do projeto, Camily Pereira dos Santos e Laura Nedel Drebes, do ensino médio integrado, e a professora orientadora Flávia Twardowski, participaram dos dois dias de evento, que foi sediado no Museu do Amanhã, integrado à Conferência Internacional Rio 2030. No primeiro dia, os representantes dos cinco projetos finalistas participaram de um passeio turístico pelos principais cartões postais da cidade maravilhosa. Já no segundo dia, uma intensa programação cultural envolveu o tema sustentabilidade, com uma aula magna, cinco palestras, apresentação dos trabalhos finalistas pelos oito jovens cientistas, um desfile de moda sustentável um espetáculo musical e anúncio do projeto selecionado. > Assista a cerimônia de encerramento do evento, transmitida no canal da ABES no YouTube
Únicas representantes do Rio Grande do Sul e também de institutos federais, as jovens cientistas evidenciam a satisfação de participar do Prêmio e a responsabilidade de representar o país, o IFRS e Osório na etapa mundial:
“Ser selecionada como um dos cinco projetos finalistas da etapa nacional já foi algo incrível, mas ser escolhida para representar o Brasil na Suécia é, definitivamente, motivo de muita honra e emoção. Estou transbordando de felicidade! O sentimento de orgulho em poder levar a ciência jovem feminina brasileira é espetacular. Nossa pesquisa, o SustainPads, que começou para atender uma demanda dentro da nossa comunidade, hoje conquistou mais um lugar no mundo. Vivemos dias incríveis no Rio, criando novos laços. Contamos sobre a nossa pesquisa e voltamos para Osório com a alegria de que vamos levar o nome do nosso IFRS para o mundo. Faremos nosso melhor e aproveitaremos essa oportunidade maravilhosa com a qual fomos agraciadas”, diz Laura.
Para Camily, que foi instigada pelo tema da pesquisa com a descoberta de que sua mãe havia sofrido com a pobreza menstrual, o sentimento é de missão cumprida: “Tudo isso representa muito mais que um prêmio. É resultado de todo o esforço e dedicação que vivenciamos no desenvolvimento do projeto. Estar recebendo esse reconhecimento ao mesmo tempo em que me engajo com uma causa tão importante para a saúde e qualidade de vida das mulheres, é enriquecedor. Jamais imaginei que a minha ideia pudesse se tornar algo tão grande a ponto de ser o projeto escolhido para representar o Brasil na grande final do prêmio. Fico feliz em dizer agora que a importância desse projeto vai além da questão social: também envolve a pauta do impacto ambiental de absorventes sintéticos, proporcionando uma alternativa mais acessível e ecológica através da utilização de subprodutos industriais aqui da nossa região”.
A professora Flávia diz que ter o IFRS representando o Brasil no prêmio Jovem da água de Estocolmo na Suécia é tão gratificante quanto os resultados obtidos pelo projeto, que trata de um tema de extrema importância: “É extraordinário! Foi desafiador ter desenvolvido esse trabalho com meninas cientistas que durante a pandemia saíram de sua zona de conforto e buscaram uma alternativa sustentável e economicamente viável para um problema que atinge uma em cada quatro mulheres brasileiras. Apesar de trabalharmos com poucos recursos, conseguimos mostrar que a Educação e a Ciência é um caminho possível”.
Sobre o SustainPads
As jovens desenvolveram materiais absorventes a partir das fibras da palmeira juçara e do pseudocaule da bananeira e também um biofilme com resíduos da indústria nutracêutica – alternativa mais barata e ambientalmente sustentável para a confecção de absorventes higiênicos, em comparação com o algodão e os plásticos comumente utilizados. O baixo custo dos absorventes, que é de R$ 0,02 em média, contribui para reduzir o problema da falta de acesso a produtos adequados para o cuidado da higiene menstrual.
Prêmio Jovem da Água de Estocolmo (SJWP)
Criado em 1997 pelo SIWI – Instituto Internacional de Águas de Estocolmo (Stockholm International Water Institute), o prêmio é organizado anualmente em duas etapas: uma nacional, realizada em cada um dos países participantes, e uma internacional, na qual ocorre a grande final em Estocolmo, na Suécia, durante a Semana Mundial da Água de Estocolmo (Stockholm World Water Week). A princesa Vitória da Suécia é a patrona do prêmio.
O SJWP conta com a participação de milhares de jovens inovadores entre 15 e 20 anos, de mais de 30 países, encorajando o interesse em desafios relacionados à água e sustentabilidade. No Brasil, o prêmio é realizado desde 2017.