PF começa a investigar fake news contra presidenciáveis no WhatsApp

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Anúncio sobre a apuração foi feito pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que atendeu a pedido da procuradora-geral, Raquel Dodge

A Polícia Federal (PF) abriu neste sábado um inquérito para investigar a disseminação de notícias falsas, conhecidas como fake news, no WhatsApp contra os candidatos à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

A informação foi confirmada pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que atendeu a um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. “Atendendo a solicitação da PGR, determinei a Polícia Federal abertura de inquérito nos termos do ofício abaixo”, disse o ministro ao compartilhar o documento que pedia a apuração.

A investigação pretende esclarecer se empresas de tecnologia da informação espalharam, “de forma estruturada, mensagens em redes sociais referentes aos dois candidatos que disputam o segundo turno das eleições para presidente da República”. Como justificativa para a apuração, Dodge indicou que “fatos mencionados em reportagens jornalísticas já motivaram a abertura de procedimento apuratório pela Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE)”.

A procuradora-geral apontou também a possibilidade de existir uma “eventual utilização de esquema profissional por parte das campanhas, com o propósito de propagar notícias falsas”. Dodge, que também é a procuradora-geral eleitoral, destacou que, embora o caso ainda exija apuração na esfera criminal, “o uso especializado e estruturado de logística empresarial para a divulgação em massa de informações falsas configura o tipo penal previsto no artigo 57-H, parágrafo 1º, da Lei 9.504/1997, com redação dada pela Lei 12.891/2013”.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) indicou que usar a tecnologia para espalhar dados e informações falsos sobre candidatos ou que ofendam a honra e imagem deles “pode interferir na opinião de eleitores”. Dodge disse ainda que disseminar fake news tem “alta potencialidade lesiva”.

“[A prática] afronta a integridade das eleições e é uma nova realidade mundial que exige investigação com a utilização de um corpo pericial altamente gabaritado e equipamentos adequados para se identificar a autoria e materializar a ocorrência desse novo formato de crime”, encerrou.

 

Correio do Povo

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