Quatro premiações, muito conhecimento e uma experiência que nunca será esquecida. Com esse volume a mais na bagagem, as duas estudantes do Campus Osório Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Sul (IFRS), ambas de 17 anos de idade, desembarcaram no Brasil neste final de semana, depois de apresentar trabalhos na maior feira de ciências pré-universitária do mundo. Elas integraram a delegação brasileira que participou da Intel ISEF (Intel International Science and Engineering Fair), realizada de 13 a 18 de maio de 2018, em Pittsburgh (EUA), reunindo 1.800 estudantes de 81 países e territórios. As pesquisas apresentadas pelas alunas do IFRS buscam soluções para problemas atuais da sociedade (conheça mais sobre os trabalhos abaixo).
Isabela Dadda dos Reis conquistou três premiações com o trabalho “Detecção de drogas ansiolíticas em bebidas alcoólicas adulteradas”. São elas: Terceiro Lugar em Química (recebendo mil dólares de prêmio), Segundo Lugar na Premiação da Sociedade Americana de Química (três mil dólares de prêmio), e o Certificado de Menção Honrosa Associação Americana de Estatística.
Juliana Davoglio Estradioto apresentou o trabalho “Tratamento de efluentes têxteis através de resíduos agroindustriais provenientes do Litoral Norte gaúcho” e conquistou uma bolsa de estudos para a Universidade do Arizona.
As estudantes viajaram com a professora orientadora, Flavia Twardowski, e com o professor co-orientador de Isabela, Claudius Jardel Soares. Flávia comemora o desempenho dos projetos e das alunas: “Elas chamaram tanta atenção que a Isabela concedeu entrevista a uma jornalista da Science news (https://www.sciencenewsforstudents.org/blog/eureka-lab/drug-detection-system-could-help-partygoers-protect-themselves) e a Juliana para a ex-secretária do Departamento do Interior dos EUA, Sarah Margaret Jewell. Ambas conversaram com a presidente da Intel Foundation, Rosalind Hudnell, e a Isabela apresentou seu trabalho para o prêmio Nobel de Química de 2008, Martin Chalfie”.
Isabela conta que a participação na feira foi uma inspiração para seguir na ciência, buscando respostas para questões reais. “Durante a feira, eu tive a oportunidade de conhecer mestres e estudantes fora da curva, projetos de pesquisas brilhantes que resolviam os mais variados problemas e pontos de vistas tão inovadores que eu mal acreditava, e tudo isso em uma proporção mundial. Eu iniciei essa viagem cheia de certezas e voltei cheia de dúvidas, mas dúvidas boas: aquelas que nos enchem de curiosidade e nos instigam a buscar respostas. Voltei inspirada a aprender mais e fazer mais ciência e, acima de tudo, a usar cada vez mais a ciência para resolver problemas reais”, declarou.
Juliana, que participou da Intel ISEF pela segunda vez consecutiva, destaca a importância das vivências para sua vida: “Participar da Intel ISEF é uma sensação indescritível. Parece que cada segundo lá dentro vale ouro. Eu não tenho palavras que descrevam tudo o que eu senti durante a feira. Não tenho palavras para descrever a delegação brasileira. Fiz tantas amizades nacionais e internacionais que espero levar para onde eu for. Agora é a hora de externalizar todos os aprendizados que vivenciei nessa feira e o quanto estou feliz de ter tido a oportunidade de poder estar lá pela segunda vez. Agradeço imensamente ao IFRS por me possibilitar ser uma finalista da maior feira científica do mundo e por me apresentar a pessoa que mudou a minha vida, minha professora orientadora Flávia”.
O Brasil na Intel ISEF 2018
O grupo brasileiro que participou da Intel ISEF 2018 foi composto por 25 alunos. O Brasil ficou em oitavo no ranking de premiações, conquistando dez prêmios e três menções honrosas.