Benefício serve como renda no período de pesca proibida. Trabalhadores alegam que depósito solicitado em novembro está atrasado. Em nota, INSS afirma que ainda não existe prazo definitivo para a liberação dos benefícios.
Pelo menos quatro mil famílias de pescadores aguardam pelo pagamento do seguro-defeso no Rio Grande do Sul. De acordo com a Federação dos Pescadores do estado, o repasse que deveria ser feito pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está atrasado.
O benefício, que equivale a um salário mínimo, serve como renda no período em que a pesca é proibida – de novembro a janeiro. A proibição vale para todo país para garantir a reprodução das espécies. Sem trabalho, os pescadores dependem do seguro-defeso ao longo do período.
Em nota, o INSS informou que ainda não existe um prazo definitivo para a liberação dos benefícios, mas que está fazendo contato com as colônias de pescadores para conferir os documentos. Reforça, ainda, que o sistema responsável pelos pagamentos está em fase de adequações técnicas.
Dificuldades para os pescadores
O atraso prejudica a rotina daqueles que têm a pesca como única fonte de renda. É da água doce do canal São Gonçalo, que liga a lagoa Mirim à laguna dos Patos, que a pescadora Clair Carvalhal retira o peixe para o sustento da casa. O pedido do seguro-defeso feito por ela no dia 8 de novembro ainda não foi atendido.
“Não sabemos de nada, a gente nem tem quando receber, entende? Esse mês eu tive que comprar remédio para o coração e não tinha dinheiro. Tive que pedir para a minha cunhada lá na ponta. Mas temos quatro contas de luz para pagar”, conta.
Outras 20 famílias passam pela mesma situação em Pelotas, no Sul do estado. O problema também afeta os municípios banhados pela lagoa Mirim, onde 600 pescadores aguardam o depósito do valor.
G1