Setenta crianças e adolescentes foram mortos de forma intencional no Rio Grande do Sul em 2023. No mesmo ano, o Estado registrou 3.150 casos de estupro de vulnerável, 2.418 de maus-tratos contra crianças, 1.373 de lesão corporal dolosa e 480 casos de abandono de incapaz, segundo levantamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Diante desses números, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio do Centro de Apoio Operacional da Educação, Infância e Juventude, lançou nesta terça-feira, 17 de dezembro, o Projeto Mãos Dadas.
A iniciativa quer sensibilizar a sociedade gaúcha, a partir de campanhas de mobilização, divulgar o trabalho da rede de proteção e os canais de denúncia, além de ampliar a integração entre os atores da rede e capacitar os profissionais de todas as áreas envolvidas com o atendimento e proteção às crianças e aos adolescentes.
A promotora de Justiça Cristiane Corrales, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Educação, Infância e Juventude, ressalta que o Projeto Mãos Dadas quer evitar que se repitam casos como o da menina Kerollyn, de nove anos, encontrada morta em um contêiner de lixo em Guaíba, e das gêmeas Manuela e Antônia, de seis anos, mortas em Igrejinha.
“A violência contra crianças e adolescentes acontece em todas as classes sociais e costuma partir de pessoas próximas. Para combatê-la, um dos instrumentos é a conscientização, para que as pessoas compreendam a gravidade de comportamentos violentos e saibam como denunciar suspeitas ou casos de violação de direitos. Outro ponto fundamental é fortalecer e integrar a rede de proteção para uma resposta rápida e preventiva”, conclui a promotora.
O Projeto Mãos Dadas foi apresentado pelo Centro de Apoio Operacional durante curso para os novos promotores de Justiça.