Registro na Polícia Civil informa que a criança teve problemas agravados depois de receber injeção de antibiótico
As redes sociais se movimentaram na última sexta-feira (30) com a história de uma criança de três anos de idade que morreu após procedimento médico no Hospital Santa Luzia, em Capão da Canoa. Valentina Dias Farias teria tido agravado seu quadro de saúde após ser submetida a uma injeção de Benzetacil, um conhecido antibiótico.
A criança é filha de funcionários do Circo Pantanal, que se apresentaria em Capão da Canoa nos próximos dias e cuja temporada de espetáculos foi adiada em decorrência da morte da menina. A direção do circo colocou em sua página no Facebook uma ilustração em que se declara de luto e informa o adiamento da estreia do espetáculo.
A morte da menina foi comunicada por familiares na Delegacia de Polícia de Capão da Canoa. Os policiais ainda não decidiram se será investigado possível erro médico. Conforme relato da família, a criança sofreu uma queda no município de Portão (RS) e machucou o maxilar. Lá, foi atendida por uma médica, que recomendou observação e medicamentos para dor.
Quando a criança já estava com o circo em Capão da Canoa, voltou a se queixar de dor e febre. Foi consultado outro médico, que constatou problemas de hálito e recomendou que ela escovasse os dentes seguidas vezes.
O quadro da menina se agravou na madrugada do dia 30 e ela foi conduzida ao Hospital Santa Luzia, onde foi atendida, com possível pneumonia. Os médicos não conseguiram salvá-la. Funcionários do circo se pronunciaram nas redes sociais dizendo que a menina estava doente, com íngua no pescoço (sintoma de infecção), e que morreu logo após receber a injeção de Benzetacil.
No atestado de óbito, segundo a Polícia Civil, a causa da morte da criança foi septicemia não especificada (infecção generalizada), derrame pleural não classificado (água nos pulmões) e infecção das vias aéreas superiores (pneumonia). Não há menção ao uso do antibiótico. O nome do médico não foi informado à reportagem pelos policiais civis.
A reportagem contatou o gerente do circo, Leandro Romany. Ele acredita que as redes sociais alimentaram o boato de que tenha faltado teste de alergia, no uso do antibiótico, mas ressalta que os problemas de saúde de Valentina foram muito anteriores a isso.
– No hospital, fomos muito bem atendidos, e os médicos pararam tudo para tentar salvar a menina. Não sei se o atendimento dos outros médicos será investigado – descreve.
O corpo de Valentina foi levado para Boa Esperança (PR), onde ela vivia. Em nota a direção do Hospital Santa Luzia manifestou pesar pelo falecimento da menina.
Os funcionários e colaboradores do Hospital Santa Luzia manifestam seu pesar pelo falecimento da menor de idade ocorrido na última sexta-feira (30/11). Informamos que este caso, que teve evolução extremamente negativa, representa infelizmente um dos desfechos possíveis para casos de sepse grave, com reação leucemóide, não havendo – com os elementos disponíveis – como descartar nem mesmo a possibilidade de uma leucemia aguda.
Mesmo sendo a paciente adequadamente atendida, com equipe de pediatria dedicada ao seu cuidado, e ainda submetida a uma série de exames como ecografia, tomografias e exames laboratoriais, não houve tempo hábil para análise desses resultados, uma vez que a paciente evoluiu com parada cardiorrespiratória que, mesmo após exaustivas tentativas, não respondeu às manobras de reanimação e evoluiu a óbito.
É fundamental a sinalização de que a gravidade do quadro, bem como necessidade de atendimento em unidade de terapia intensiva foi identificada, sendo seu cadastro efetivado nas ferramentas digitais disponibilizadas para tal finalidade.
Reiteramos nossas condolências aos familiares e colocamo-nos à disposição para eventuais esclarecimentos.
Rádio Gaúcha