Pela segunda vez, o Gabinete de Crise convocou prefeitos, associações regionais e membros do comitê regional da região Covid de Cachoeira do Sul para uma reunião específica de alinhamento do plano de Ação implementado. Desta vez, a reunião, que ocorreu nesta quarta-feira (30/6) por meio de videoconferência, contou com a participação de promotores do Ministério Público (MP) dos municípios que compõem a região.
Encontros específicos com as regiões estão ocorrendo neste mês de junho, na medida em que o monitoramento diário de dados, feito pelo GT Saúde e pelo GT Protocolos, concluiu que as medidas adotadas nas regiões com Alerta dentro do Sistema 3As de Monitoramento não estão sendo suficientes para frear o contágio. A secretária da Saúde, Arita Bergmann, coordena as reuniões, com participação do secretário de Articulação e Apoio aos Municípios, Luiz Carlos Busato, e do procurador-geral de Justiça, Marcelo Dornelles.
“Precisamos pactuar o que é preciso ser feito pelo comitê técnico regional em relação ao plano de Ação, com medidas mais duras para que a região possa melhorar os indicadores, uma vez que ela está nos preocupando muito”, reforçou a secretária Arita.
Cachoeira do Sul apresentou, nos últimos dias, uma leve queda no número de casos, mas ainda bastante superior à média estadual. É a quarta pior incidência de casos do Estado, bem acima da média do Estado. Além disso, tem a maior taxa de mortalidade na última semana, maior que o dobro da taxa do Estado, e a maior taxa de ocupação de leitos de UTI entre todas as regiões Covid-19. A região de Cachoeira do Sul recebeu Alerta em 18 de maio e, desde então, recebeu seis Alertas. Confira o histórico da região.
“Se nada for feito, não vamos conseguir reduzir o número de casos, de internações e de óbitos na região. E, se a variante delta chegar hoje ao Rio Grande do Sul, a região de Cachoeira não terá retaguarda necessária para acolher os pacientes com Covid-19, correndo risco de colapso total hospitalar”, alertou Arita. Por enquanto, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) ainda não registrou casos de coronavírus causados pela variante indiana.
De acordo com a promotora de Justiça de Cachoeira do Sul, Débora Jaeger Becker, o Ministério Público observou que, desde os primeiros Alertas, as medidas na região de Cachoeira do Sul foram apenas flexibilizadas, e não enrijecidas, conforme orientação do Gabinete do Crise. “Muito nos preocupa a discrepância entre a realidade técnica, embasada em dados, e as práticas adotadas pela região”, destacou.
Os prefeitos da região apontaram que o município de Cachoeira do Sul não tem seguido as orientações acordadas no plano de Ação. Sendo assim, o coordenador do Gabinete de Crise, Marcelo Alves, convocou uma reunião com o prefeito José Otávio Germano para esta quinta-feira (1/7), também com participação do Ministério Público e da SES.
Por parte da SES, a secretária Arita reforçou a disponibilidade de equipamentos e de mais recursos para ampliar a fiscalização do cumprimento de medidas.
Pelo MP, além da promotora Débora e do procurador-geral de Justiça, também participaram a subprocuradora-geral para assuntos jurídicos Ângela Salton Rotunno e a coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos, Gisele Müller Monteiro.
Ao longo das últimas semanas, já foram realizadas reuniões com as regiões de Santa Rosa, Ijuí, Passo Fundo, Erechim, Palmeira das Missões, Cruz Alta e Caxias do Sul.
Texto: Suzy Scarton
Edição: Vitor Necchi/Secom