Na última sexta-feira (25), o Centro de Estudos Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), órgão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) sediado em Imbé, comemorou 40 anos. O prefeito Pierre Emerim participou das atividades, que também contaram com a presença do reitor da Universidade, Rui Vicente Oppermann; do diretor acadêmico no exercício da Direção Geral do Campus Litoral Norte, Ronaldo Waschburger; da diretora do Ceclimar, Carla Penna Ozório; e da professora Norma Luiza Würdig, ex-diretora do Ceclimar, homenageada no evento. Representando os técnicos do Ceclimar, estava presente Loreci Lima da Silva, que é o servidor mais antigo do Centro, onde atua há 42 anos.
O Ceclimar tem uma trajetória bem-sucedida de trabalhos de pesquisa e de extensão. A área territorial estudada pelo Centro vai de Torres até Balneário Pinhal e, às vezes, atende chamados da prefeitura de Mostardas, na parte central do litoral gaúcho.
Com grande interesse em estudar mais o Litoral Norte, o professor Irajá Damiani Pinto, já falecido, vinculado ao Instituto de Geociências na época, apresentou em 1978 um projeto na Câmara de Pesquisa da Universidade para o desenvolvimento da pesquisa naquela região. Desde então, ocupou-se uma área de 12 hectares e, com a ajuda de servidores, docentes e discentes, vem-se desenvolvendo cada vez mais trabalhos não só para a universidade, mas também para a comunidade em geral. Segundo a atual diretora do órgão, Carla Ozorio, “É maravilhoso ver que há 40 anos a contribuição do Ceclimar para o Litoral Norte é tão significativa”, complementa.
Ao comemorar a relevância que o Ceclimar assumiu ao longo de seus 40 anos de existência, especialmente junto à comunidade na qual está inserido, a diretora destaca dois setores entre as atividades extensionistas. Um deles é o Centro de Reabilitação de Animais Marinhos, criado a partir de demanda local pelo fato de estar localizado em uma área costeira. “Sempre nos viram como um lugar onde pudessem trazer os animais marinhos em perigo para serem cuidados para depois serem devolvida à natureza”, expõe Carla. Esse começo, segundo ela, foi despretensioso. “Um pinguim hoje, uma tartaruga amanhã, e o Ceclimar foi dando conta, se apropriando dessa função. Hoje somos um lugar de referência.” Atualmente, não só os moradores chegam com animais em busca de cuidados, mas foram sendo construídas parcerias com o IBAMA e com o Pelotão Ambiental da Brigada Militar (Patram).
O outro espaço de extensão com grande repercussão para quem visita o litoral, e mesmo para as escolas da cidade e região, é o Museu de Ciências Naturais, que nasce quase junto ao Ceclimar. Visto como um lugar de referência, o MUCIN completa 35 anos ao lado do Ceclimar. Especializado em fauna marinha e costeira do litoral norte, hoje o museu tem uma dinâmica para que o visitante conheça todo o caminho da fauna e flora, até encontrar o mar. No verão é muito visitado pelos turistas e durante o resto do ano é destino para escolas de todo o estado. De acordo com os museólogos responsáveis, Aline Portella Fernandes e Lucas Antônio Morates, o museu tem ainda como objetivo aliar a divulgação científica e socioambiental a programas de conscientização em instituições locais que visam ressaltar a importância da sustentabilidade para seu entorno.
O mês de maio marca também a vinculação do Ceclimar ao Campus Litoral Norte, criado em 2014 e localizado em Tramandaí. Para Carla Ozorio, essa integração é positiva para as duas partes: “Antes éramos uma unidade dispersa de Porto Alegre e agora estamos juntos a um campus que também vive a realidade de ser a UFRGS no litoral” conta a diretora.
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Foto: Ivan de Andrade/ Prefeitura de Imbé