Alimentos orgânicos e preparos caseiros guiaram a II Oficina de Culinária e Agroecologia em Imbé

Notícia

A troca de experiências sobre alimentação marcou a segunda Oficina de Culinária e Agroecologia promovida pelo Projeto Taramandahy – Fase III. Dia 8 de maio, merendeiras da rede pública de ensino de Imbé, nutricionista do município, bem como consumidores da Ecofeira (Feira Ecológica de Imbé), estudantes universitários, professoras, educadoras e produtores de panificados caseiros participaram do encontro, trazendo suas expectativas em relação à alimentação saudável, mudança de hábitos alimentares e de consumo, formas de uso das plantas alimentícias não convencionais, entre outras.

O debate e a troca foram uma constante no encontro

Para Maria Elizabete Fernandes, aluna de biologia da UFRGS e produtora artesanal de pães e cucas, a oficina traz um debate importante, “porque o veneno está presente na nossa mesa, mas se cada um cuidar de si e da família, já é um bom começo”.

Já, segundo a consumidora da Ecofeira Patrícia Brum, não adianta somente falar sobre mudanças de hábitos alimentares e de consumo: “temos que fazer mais: um horta caseira, por exemplo, além de sempre buscar aprender mais sobre o assunto”.

Durante a conversa inicial, houve muitas trocas de saberes e de informações: o contador e produtor caseiro de pães, Cláudio Porto, queria saber se os alimentos da merenda escolar no município eram comprados de produtores orgânicos, no que a nutricionista Andréia Líbano Ramos esclareceu que desde a Lei nº 11.947/2009, 30% do valor repassado pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE deve ser investido na compra direta de produtos da agricultura familiar, mas não necessariamente, da agricultura familiar orgânica.

Em avaliação realizada no encontro, um ou uma participante descreveu que “cuidar da terra e dos alimentos que se consome melhora a qualidade da água. Se optarmos pelos orgânicos no lugar dos convencionais, ou industrializados, o mundo será melhor”.

Uma das facilitadoras do encontro, Janaína Soares, relatou sua experiência de fazer o caminho inverso de seus ancestrais, tendo ido viver no campo e produzir seu próprio alimento e de como isso afetou positivamente sua vida: “Nós estamos resgatamos os conhecimentos de antepassados e queremos que vocês não pensem que vieram aqui só aprender, sim para trocar saberes”.

O preparo

Na cozinha, durante o preparo dos pratos do dia, os participantes estavam atentos a todos os movimentos e dicas das facilitadoras enquanto estas faziam o cuscuz de forno, a torta de raízes, a biomassa de banana verde, os sucos de frutas nativas e o bolo integral de açaí juçara. A conversa rolou solta e durante a degustação dos pratos, a conversa aconteceu mais intensamente, ao mesmo tempo que todos saboreavam o cardápio.

A Oficina ocorreu no refeitório e cozinha da Escola Municipal de Ensino Fundamental Manoel Mendes, em Imbé e contou com apoio do Escritório da Emater do município. Foi realizada pelo Projeto Taramandahy – Fase III, executado pela Anama, com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e Governo Federal.

Anaiara Letícia Ventura da Silva

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