O deputado estadual e secretário-geral do MDB-RS, Gabriel Souza, anunciou nesta segunda-feira, 9 de setembro, que não concorrerá à presidência nacional do MDB – seu nome foi sugerido pela Juventude do MDB-RS e subscrito pelas JMDBs de SC, PR, SP e ES, além da Associação de Vereadores do MDB-RS. Gabriel justificou que sua decisão se deu em virtude do movimento de renovação, liderado pelo ex-senador Pedro Simon, e articulado com o grupo de emedebistas históricos. “A partir desse movimento, uma candidatura de minha parte não seria contributiva e oportuna para o processo”, argumentou.
Apesar de afastar a hipótese de concorrer ao comando nacional do partido, Gabriel apresentou o documento “Renovar é Preciso”, que traz suas considerações ao texto da Fundação Ulysses Guimarães, “Resistir mais uma vez”, que será apresentado na Convenção Nacional, marcada para o dia 6 de outubro, em Brasília. Ao longo de 10 páginas, o parlamentar discorre sobre os desafios da legenda nesta nova sociedade da informação, a necessidade do MDB se reconectar com a sua base partidária e questiona a postura da atual direção de não promover o debate interno.
O emedebista faz uma crítica ao modelo de eleição interna do partido e do distanciamento da direção com a militância. “O novo comando do maior partido político brasileiro, com mais de dois milhões de filiados, será decidido por pouco mais de 300 pessoas. É visível que, dessa maneira, os processos eleitorais não envolvem a base partidária”, diz trecho do documento. E arremata: “a falta de debate produz posicionamentos disformes do pensamento da base partidária e gera o que comumente se chama de “cupulismo”, ou seja, a tomada de decisões exclusivamente por aqueles que compõem a cúpula decisória. Se isso já funcionou em algum momento, é visível que, atualmente, não funciona mais”.
Ao final do documento, Gabriel relembra a história do MDB, destacando momentos importantes, como a luta pela redemocratização, pela estabilidade econômica e política e mais recentemente pelas reformas. “É hora de renovar, de ouvir as ideias das novas gerações e de oportunizá-las cumprir seu papel histórico”, reforça em outro trecho.