Na contramão do Rio Grande do Sul, que registrou queda no crescimento populacional, a cidade de Imbé registrou aumento de 23,72% do número de habitantes. Conforme estudo do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria Estadual de Orçamento, Planejamento e Gestão (Seplag), foram 4.281 moradores a mais entre 2010 a 2017. De acordo com a pesquisa, o Litoral Norte foi a que liderou o ranking, com Arroio do Sal com o maior crescimento.
O pesquisador Pedro Zuanazzi, da Seplag, afirmou que o RS é o que mais perdeu participação perante a população brasileira e vê o número de idosos aumentar, ao mesmo tempo em que diminui o número de pessoas com idade potencialmente ativa (15 a 64 anos). Zuanazzi ressalta que Imbé atingiu 22.329 habitantes e que dos sete municípios gaúchos que registraram aumento populacional, cinco são do Litoral Norte, além de Xangri-Lá, Capão da Canoa e Tramandaí. Além disso, Zuanazzi afirmou ser normal que as administrações públicas se adequem ao crescimento populacional quanto a distribuição de recursos públicos em saúde, educação e deslocamento de policiais, por exemplo.
As estimativas populacionais municipais são um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União no cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios (FPM) e são referência para vários indicadores sociais, econômicos e demográficos. O prefeito Pierre Emerim não concorda com os números divulgados e diz que há pelo menos 30 mil pessoas vivendo em Imbé. Pierre alerta que o município deixa de arrecadar por mês cerca de R$ 500 mil de FPM já que cidades com faixa de habitação de 23.773 a 30.564 ganham 1,4% a mais de recursos.
“Se tu pegar o número de eleitores, de alunos, de atendimentos em postos de saúde ou até mesmo de casas com ligação de água, dá muito mais que os números apresentados. Estamos deixando de receber R$ 6 milhões por ano e isso é muita coisa para nossa cidade que poderia estar indo para saúde e educação. O nosso crescimento é muito superior ao apresentado. Estamos perdendo dinheiro porque não fazem contagem de população mais eficiente”, criticou Pierre.
Ronaldo Berwanger