O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) vai recorrer da decisão do Tribunal de Justiça Militar que absolveu, na madrugada desta sexta-feira, 21 de julho, os três policiais da acusação de ocultação de cadáver e que condenou apenas um deles a um ano de reclusão por falsidade ideológica no caso da morte de Gabriel Marques Cavalheiro. Os outros dois foram absolvidos deste crime. O jovem de 18 anos foi morto em 12 de agosto de 2022, em São Gabriel.
“Tenho a plena convicção da culpabilidade desses homens. Vou interpor recurso para tentar reverter essa decisão”, ressalta o promotor de Justiça Luiz Eduardo de Oliveira Azevedo, que atuou pelo MPRS em plenário.
Segundo a denúncia do MRPS, após a morte da vítima, o trio, em comunhão de esforços e em elaboração conjunta e divisão de tarefas, ocultou o corpo de Gabriel, levando-o até o interior do município. Lá, esconderam-no dentro de um açude. Além disso, os denunciados fizeram constar no boletim de ocorrência declaração falsa, ao afirmarem que “a guarnição abordou o Sr. Gabriel, que consultado estava sem novidades, sendo então orientado e liberado”, quando, na verdade, havia sido agredido, algemado, preso e posto no interior da viatura pelos denunciados.
Os três policiais respondem ainda na Justiça comum por homicídio doloso triplamente qualificado (motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima).