Há cerca de dez edições, a Feira da Biodiversidade de Maquiné apresenta a esperança na Agroecologia e na Sociobiodiversidade para a recuperação e conservação da qualidade da água. Ela mostra, entre outras coisas, que é possível produzir e comercializar alimentos de forma ecológica, além de se alimentar de forma saudável e saborosa. No dia 9 de junho, o Projeto Taramandahy – Fase III realizou este grande encontro entre famílias agricultoras ecológicas, comunidades tradicionais e consumidores. O Projeto Taramandahy – Fase III é realizado pela Anama, com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e Governo Federal.
Até o meio dia de sábado, mais de cem pessoas circularam pela Feira, unindo comunidades tradicionais do município, como: M’byá Guaranis da Aldeia Som dos Pássaros, Linha Solidão; alunos da Escola Estadual EF Santa Terezinha, da comunidade quilombola do distrito de Morro Alto; produtores rurais da comunidade Pé do Arco-Íris, Linha Forqueta; agricultores familiares, apicultores associados à API-Maquiné (Associação de Apicultores de Maquiné); coletores de açaí juçara integrantes da Associação Içara (Associação de Agricultores e Coletores Içara); o guardião de sementes Amilton Munari, entre outros. Além da banca do Projeto Taramandahy – Fase III/Anama, com exposição de folders, publicações e tecnologias utilizadas na agricultura ecológica, havia também a banca representando a instituição parceira Reserva Biológica da Serra Geral – SEMA/RS (Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) expondo material sobre seu trabalho de pesquisa.
A professora Fernanda Teixeira acompanhou os alunos da Escola Santa Terezinha, de Morro Alto. Ela destacou a oportunidade que a Feira dá: “…em interagir com toda a biodiversidade existente em nosso município. Foi um momento singular, significativo e construtor de estudantes focados na conservação e preservação ambiental”, enaltece.
Eduardo, Sarita e Gabriela, representando a comunidade Pé do Arco-Íris, estrearam na Feira da Biodiversidade de Maquiné, comercializando alimentos vegetarianos, plantas medicinais, farmácia e cosmética natural e a novidade: quentão de açaí juçara. Com experiência de participação na Feira da Economia Solidária de Santa Maria/RS, Eduardo ressaltou “a importância inquestionável de realizar a Feira da Biodiversidade”. Sarita complementou explicando que fizeram “questão de unir forças a este movimento”.
Integrando-se à Feira da Biodiversidade estava a feira semanal que acontece todos os sábados no mesmo local e conta com duas famílias agricultoras-feirantes. A família Bonho comercializa, principalmente, panificados e biscoitos processados na sua agroindústria familiar. Desde o início da agroindústria, eles tiveram apoio dos projetos realizados pela Anama e continuam recebendo assessoria técnica pelo Projeto Taramandahy – Fase III. Para Eronita Bonho, o evento incentiva as pessoas a buscar mais alimentos orgânicos: “é uma atração também, porque vemos produtos que não temos aqui. Deveria ter mais vezes ao ano”, define.
O evento aconteceu na praça pública, em frente do Salão da Paroquia Santo André Avelino, no Centro de Maquiné/RS, em comemoração ao dia Mundial do Meio Ambiente – 5 de Junho e fez parte da XIV Semana Municipal do Meio Ambiente.