Um grupo de 15 profissionais da Secretaria da Saúde (SES), que integrará a área de Vigilância Genômica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), recebe treinamento, até a sexta-feia (27/11), para o desenvolvimento de projetos na plataforma MinIon Nanopore, que faz sequenciamento genético (pesquisa genômica).
Adquirido recentemente pelo Estado, esse equipamento de última geração serve para que as vigilâncias ambiental, epidemiológica e sanitária possam sequenciar o genoma total de vírus e bactérias para estudar o comportamento e circulação deles em diversas situações como pandemias e surtos.
O treinamento é ministrado pelas biólogas Pâmela dos Santos Andrade e Thais de Moura Coletti, da Universidade de São Paulo (USP). Ambas fazem parte do Instituto de Medicina Tropical, coordenado por Ester Sabino, pioneira no sequenciamento do genoma do coronavírus no início da pandemia.
Coordenadora do Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CDCT) do CEVS, Anelise Schaurich avalia que a compra e o uso deste equipamento são “um avanço muito grande no nível da nossa pesquisa”. Ela complementa que “com o uso desta tecnologia de ponta, o CEVS pode alcançar um patamar muito elevado em ciência no RS”.
Chefe da Divisão de Vigilância Ambiental do CEVS, a virologista Aline Campos informa que “iniciamos no RS os estudos pelo novo coronavírus para sabermos quais linhagens temos aqui e para monitorarmos eventuais mutações, além disso estamos sequenciando a raiva e as arboviroses que são a dengue, a zika e chikungunya”. Ela diz que “uma das abordagens que está sendo estudada é a reinfecção, e essa resposta só pode ser dada através do sequenciamento”.
Aline explica que estes estudos servem para que seja entendida a dinâmica viral na população. “Por exemplo, é importante descobrir se é um vírus novo, se é uma reintrodução ou se é o mesmo vírus, vamos sequenciar mais de 100 amostras de Sars-CoV2 coletadas aqui no RS”, informa.
O sequenciamento genético é importante para pesquisadores que queiram desenvolver tratamentos e para monitoramento de mutações que podem comprometer a eficiência da vacina, entre outros. Para a saúde pública, as informações auxiliam na tomada de decisões sobre políticas e programas e também auxiliam no direcionamento dos esforços com medidas de contenção e mitigação de riscos.
Texto: Ascom SES
Edição: Secom