Sensibilizado com o aumento dos casos de queimaduras graves provocadas por acidentes domésticos com álcool, o senador Lasier Martins (Podemos-RS) enviou ofício ao presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Britto Ribeiro, pedindo a regulamentação do uso clínico de membrana amniótica para liberar captação, processamento e oferta em caráter extraordinário e urgente durante a pandemia do novo coronavírus.
O senador atendeu ao pedido de Eduardo Chem, diretor do banco de pele da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, que alertou para efeitos negativos do crescente uso do álcool 70% para higiene das mãos combinado ao confinamento. Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), os centros de tratamento do país registraram 387 casos no primeiro semestre, alta de 25%. Do total, 79% dos acidentes ocorreram em casa, sendo 30% com crianças de até 12 anos.
Os estoques de pele da Santa Casa de Porto Alegre, que assiste vítimas de queimaduras graves e extensas, estão zerados devido à forte queda nas captações. Consagrada mundialmente como curativo biológico, a membrana amniótica atenderia essa demanda, ressaltou Lasier. Ele lembrou que o material de farta disponibilidade é coletado de maneira estéril logo após o parto cesáreo, com fácil cooperação das gestantes.
A aprovação da membrana amniótica depende há meses do envio do parecer técnico do CFM ao Sistema Nacional de Transplantes (SNT). “O banco de pele de Porto Alegre tem expertise necessária para coletar e processar esse tecido e aguarda só a liberação legal pelo Ministério da Saúde para começar a fornecer este importante recurso biológico para todo país”, concluiu o senador.
Ascom