SETEMBRO AMARELO: MPRS DEBATE “VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA PANDEMIA”

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Em atenção ao Setembro Amarelo, mês dedicado em todo o país à prevenção ao suicídio, foi realizada nesta segunda-feira, 28 de setembro, mais uma edição do Fórum Permanente de Prevenção e Combate à Violência Sexual Praticada Contra Criança e Adolescente.

Com o tema “Violência Contra Crianças e Adolescentes na Pandemia”, o evento foi promovido pelo Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude, Educação, Família e Sucessões (Caoijefam) e contou com rodadas de intervenções para que os parceiros pudessem explanar sobre como estão trabalhando com o tema durante esse período.

A coordenadora do Caoijefam, Denise Casanova Villela, sublinhou que houve especial atenção às famílias disfuncionais e a temática envolvendo a autolesão e o suicídio infantojuvenil. “A atenção da família às crianças neste período é necessária para o fortalecimento emocional dos infantes e sua efetiva proteção”, disse.

A promotora de Justiça e diretora da Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Porto Alegre – Proteção, Inglacir Delavedova, compartilhou os “Desafios da Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Porto Alegre na defesa do direito à saúde na pandemia”. Segundo a promotora, foram abordados os reflexos sobre a saúde como um todo, porque as pessoas passaram a ter receio em buscar a rede pública de saúde, principalmente os postos de saúde, onde são aplicadas vacinas e distribuídos medicamentos, por medo do contágio da Covid-19. Com isso, a cobertura vacinal caiu, o que é extremamente relevante. Houve também prejuízo aos tratamentos como do câncer e uma diminuição dos transplantes.

Já a saúde mental foi abordada em detalhes. “Essa área de saúde vem há bastante tempo sem grandes investimentos e o isolamento social tem aumentado os transtornos mentais, como a depressão e a ansiedade. Também nos preocupam os casos de autolesão e tentativas de suicídio, num período em que as crianças e adolescentes, principalmente aquelas vítimas de violência psicológica, física ou sexual no âmbito familiar, estão afastadas dos espaços de proteção, como as escolas e serviços de convivência no contraturno escolar”, explicou a promotora.

Também participou desta edição do Fórum o médico psiquiatra do Serviço Biomédico do Ministério Público, Fábio Montano Wilhelms, que falou sobre “Violência contra crianças e adolescentes na pandemia”. Wilhelms ressaltou que “a resposta contra a miríade de manifestações de violência exige atuação sinérgica entre diferentes atores da sociedade, instituições que atuam nas áreas da educação, saúde, sociedade civil e pode público, por exemplo. Somente através da promoção de modelos de resolução de conflitos não pautados na violência, lastreados em vínculos afetivos, genuínos e modelos consistentes de comportamento, os órgãos governamentais e a sociedade poderão contribuir para a sedimentação de importantes valores éticos que nortearão positivamente as condutas de todos, especialmente dos indivíduos em desenvolvimento”, disse Fábio.

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