Presos produzem sabão para auxiliar no combate ao coronavírus

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A produção de sabão por apenados de estabelecimentos prisionais do Estado foi intensificada diante da pandemia do coronavírus. Considerada uma estratégia de prevenção simples e de baixo custo, a utilização de sabão nas práticas de higiene é uma ação importante para obtenção de resultados benéficos para a saúde pública.

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Os produtos são destinados a estabelecimentos prisionais da região – Foto: Ascom Susepe

É o caso da Penitenciária Estadual de Arroio dos Ratos, onde o sabão era produzido, manualmente, há três anos, mas nesta semana tornou-se possível colocar em funcionamento uma minifábrica, com maior capacidade de produção. “No ano passado, foi adquirida uma máquina por meio do Conselho da Comunidade, com recursos da Vara de Execuções Criminais de São Jerônimo, mas faltava ainda organizar a estrutura. Por conta da Covid-19, conseguimos agilizar a ativação de um local para instalarmos e iniciarmos esse processo semi-industrial”, destacou o diretor da penitenciária, José Giovani Rodrigues de Souza. A previsão é de que os apenados produzam de 4 mil a 5 mil barras de sabão até a próxima semana. Os produtos serão destinados a estabelecimentos prisionais da região.

Na Penitenciária Estadual de Santa Maria, existe um projeto de produção de sabão ecológico desde 2016. Agora, a produção foi intensificada em função da pandemia. A produção ampliou para 300 barras por semana, dando conta de atender a todos os apenados da casa prisional. “Neste momento de crise, a produção foi intensificada visando à preservação da saúde e busca da diminuição do contágio pela Covid-19”, destaca a assistente social Aline Costa de Lima, da Susepe, que coordena essa atividade no local.

Também em função do coronavírus, foi elaborado, nesta semana, um projeto no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul para utilização de mão de obra prisional para confecção de sabão, sabonete e água sanitária. A ação deve ocorrer em parceria com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), que ficará de responsável técnica. “Elaboramos um projeto com a necessidade básica de materiais para elaboração desses produtos e devemos iniciar em breve. Os apenados já estão capacitados para darem início ao trabalho e assim conseguiremos abastecer a demanda da casa prisional e de todos os presídios da região”, adiantou a delegada penitenciária da 8ª Região, Samantha Longo.

Economia, inclusão social e cuidado ambiental

A produção de sabão gera economia para o Estado, aprendizado profissional aos apenados e também preservação ambiental em função do reaproveitamento de resíduos – a base é óleo de cozinha reutilizável. “É um momento importante para pensarmos em estratégias que possam minimizar possíveis novos contágios do coronavírus, especialmente entre populações mais vulneráveis, além de seguirmos atuando no tratamento penal, com a profissionalização das pessoas presas”, aponta a coordenadora da Divisão de Trabalho do Departamento de Tratamento Penal da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), Elisandra Minozzo.

A Secretaria da Administração Penitenciária (Seapen) e a Susepe estão organizando também a implantação de oficinas de confecção de máscaras para distribuição em todas as regiões penitenciárias do Rio Grande do Sul. No Presídio Feminino de Torres e no Presídio Feminino de Lajeado, as produções já começaram. Além disso, apenados do Presídio de Cruz Alta e da Penitenciária de Osório estão confeccionando lençóis destinados a hospitais para a área de internação dos pacientes acometidos pelo coronavírus.

Gisele Reginato

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