Porto de Arroio do Sal terá investimento privado de R$ 6 bilhões

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Anúncio foi feito nesta quarta-feira, durante audiência pública organizada pelo deputado estadual Issur Koch

O Porto Meridional, também conhecido como Porto de Arroio do Sal, deverá receber R$ 6 bilhões em investimentos privados, impulsionando a economia do Litoral Norte e do Rio Grande do Sul com dezenas de novos empreendimentos e a geração de milhares de postos de trabalho a partir da atração de novos negócios na costa gaúcha. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (06.04), durante audiência pública promovida pelo deputado estadual Issur Koch (PP), na Comissão do Mercosul da Assembleia Legislativa.

O fato de a maior parte da produção industrial e agrícola do Estado estar concentrada na região norte gaúcha irá viabilizar o novo porto, de acordo com os organizadores do evento, que não competirá com o Porto de Rio Grande. “Não queremos fomentar esta disputa entre os portos, pelo contrário; nosso objetivo desde o início foi mostrar que o Porto de Arroio do Sal será uma alternativa para as cargas que estão indo para portos de Santa Catarina e Paraná para diminuir custos de logística”, disse Issur. Atualmente, 15 milhões de cargas do RS saem para portos de SC, PR e Santos (SP).

O novo porto tem diferenciais competitivos entre os demais portos brasileiros: duas correntes marítimas (quente e fria) e a profundidade encontrada no município de Arroio do Sal (17m), diminuindo custos para sua construção, obras de infraestrutura e manutenção.

“O Brasil vive um apagão portuário há 50 anos, apesar de o transporte marítimo custar 1/5 do transporte rodoviário. No Rio Grande do Sul a situação é ainda pior, pois o Estado conta com a maior superfície de água do País, mas não explora este potencial. Isso faz com que a logística responda por 22% no custo das empresas, quando o ideal seria que esta despesa representasse de 3 a 5% para o setor produtivo”, disse João Acácio Gomes de Oliveira, da DTA Engenharia, responsável pelo projeto do Porto Meridional.

SONHO E REVOLUÇÃO
Entusiasta do projeto desde 2019, o senador Luís Carlos Heinze disse que a construção do novo porto representa uma revolução para o Rio Grande do Sul, e que irá colocar a logística estadual em outro patamar. “Os benefícios serão pra todos, por isso a participação da Assembleia Legislativa e do setor produtivo é tão importante neste processo. Para vocês terem ideia, uma fábrica de fertilizantes deverá se instalar nas proximidades, com investimentos de cerca de R$ 10 bilhões”, afirmou.

Para o vice-prefeito de Arroio do Sal, Zeca Martins (PP), a obra colocará o município em outro patamar, tanto em termos de infraestrutura como na geração de empregos. “Não resta dúvida que Arroio do Sal será muito beneficiada, mas os reflexos positivos serão para toda a região”, resumiu.

O gerente da Multi Armazéns, de Novo Hamburgo e presidente da Câmara de Vereadores em Dois Irmãos, Ramon Arnold, lembrou que os gaúchos enviam 700 containers/mês para portos catarinenses. “Mais do que cargas, enviamos empresas, que deixam o Rio Grande do Sul para buscar no estado vizinho maior competitividade em um mercado cada dia mais desafiador”, enfatizou.

Durante a audiência, os debatedores destacaram a importância do porto como indutor do desenvolvimento regional. “O Litoral Norte irá potencializar sua vocação turística, pois o novo porto prevê, também, a criação de terminais de passageiros para receber navios de cruzeiros, algo que não acontece atualmente”, lembrou João Acácio.

Ao final da reunião, ficou definido que a Frente Parlamentar em apoio ao Projeto do Porto Meridional no Parlamento Gaúcho, instalada pelo deputado Issur durante a audiência pública, irá produzir um manifesto em conjunto com entidades e prefeituras do Litoral a favor da construção do Porto Meridional. A Frente também irá acompanhar próximos passos do projeto na esfera federal, além de preparar documento para colher apoio dos pré-candidatos ao governo do Estado à obra.

O encontro contou com as presenças do engenheiro e ex-deputado federal Fernando Carrion, do líder do governo na Assembleia, Frederico Antunes (PP), e dos deputados Vilmar Lourenço (PP), Carlos Búrigo (MDB) e Vilmar Zanchin (MDB), Patrícia Beck e lideranças políticas, entidades de classe e governo do Estado.

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