Mais de um milhão de gaúchos foram atendidos pela Defensoria Pública em 2018, conforme relatório anual

Destaques Geral

O acesso à justiça, a promoção dos direitos humanos e o exercício de direitos às pessoas em situação de vulnerabilidade são alguns dos compromissos da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE/RS), e que foram concretamente efetivadas no último ano, quando a histórica marca de mais de um milhão de atendimentos foi alcançada. “A função essencial da Defensoria Pública é o atendimento à população. Nossa missão é prestar assistência jurídica integral e gratuita à população que dela necessita. Dentro do sistema de justiça, a DPE/RS destaca-se como uma instituição pública que está próxima da população mais miserável e vulnerável. No período de outubro de 2017 a setembro de 2018, foram 1.037.228 atendimentos”, destacou o Defensor Público-Geral do Estado do Rio Grande do Sul, Cristiano Vieira Heerdt, durante a apresentação protocolar do relatório anual da Defensoria Pública no Plenário da Assembleia Legislativa, na tarde desta quarta-feira, 14 de novembro, para parlamentares e a população gaúcha. Clique aqui para ver o relatório anual. 

O índice de crescimento no número de atendimentos chegou a 29% em relação ao mesmo período do ano passado. “A elevação do número de atendimentos pode estar associada à crise econômica no país e aos índices de desemprego ou renda informal, que aumentam nosso potencial de atendimento à população, pois nosso principal critério de atendimento é a renda familiar mensal”, esclareceu. Embora tenha ocorrido um aumento expressivo do número de atendimentos, Heerdt explicou que houve incremento modesto do número de novas ações ajuizadas, o que comprova a preocupação institucional da DPE/RS em lançar mão de mecanismos que busquem a resolução extrajudicial dos conflitos e a paz social. “Cada vez mais reforçamos o nosso compromisso prioritário de tentar solucionar todos os conflitos jurídicos e sociais através de métodos extrajudiciais que evitem a judicialização. Percebemos que houve um aumento do número de casos em que houve atuação extrajudicial, passando de 41 mil para 45 mil casos”, pontuou.

Heerdt frisou que a atividade que simboliza a Defensoria Pública é o atendimento à população. Por isso, tem-se investido em ambientes confortáveis e dignos para o acolhimento dos gaúchos que procuram os serviços da Instituição. Foram inauguradas 13 novas sedes no período. Além disso, há o desafio de garantir o atendimento em comarcas que a DPE/RS ainda não está presente. “Das 166 comarcas que abrangem os 497 municípios, estamos em falta em 9. Continua sendo nosso maior desafio dar cumprimento à Emenda Constitucional 80, de 2014, que estabeleceu o prazo de oito anos para que os Estados contem com defensores públicos em todas as comarcas, e a lotação dos agentes ocorra, prioritariamente, em regiões com maiores índices de exclusão social e adensamento populacional. Contudo, em 31 comarcas ainda não há um defensor em tempo integral, e o atendimento ainda não é realizado todos os dias da semana, em razão do deslocamento de um agente, que se divide entre uma comarca e outra, situação evidentemente que não reflete o melhor atendimento”, alegou. Confiante, Heerdt acredita estar próximo de cumprir, até 2022, a norma constitucional.

Mesmo com dificuldades referentes a recursos humanos e materiais, Heerdt observou que a Instituição manteve o projeto de expansão e de melhoria do atendimento à população. “Nosso quadro é de 464 cargos de defensores públicos criados por lei. Deste total, temos 408 providos e 56 cargos vagos. Um concurso está em andamento, cuja previsão de homologação é agosto de 2019. Em relação aos servidores efetivos, temos um total de 710 cargos criados e, apenas, 480 cargos providos. São, portanto, 230 cargos vagos”, relatou.

Na sequência, o Defensor-Geral versou sobre o orçamento da Instituição, e a abrupta diferença entre instituições do Sistema de Justiça. “Tivemos uma evolução efetiva de 3,95% de um exercício para outro na área referente à rubrica de pessoal, conforme a Lei de Diretrizes Orçamentárias, e congelamento das rubricas de custeios e investimento. Em relação ao orçamento dos órgãos do sistema de justiça (Poder Judiciário, Ministério Público e Tribunal de Contas), temos um percentual de apenas 7,66% do total destinado. E, em relação ao Orçamento Geral do Estado, incluindo todos os Poderes e órgãos autônomos, temos um percentual de 0,55% do total”, informou.

Em seguida, o Defensor-Geral falou sobre os principais projetos vigentes na DPE/RS, como a fase final do Projeto de Modernização Institucional (PMI), os avanços na Tecnologia da Informação, a execução do planejamento estratégico 2016-2021 e a efetiva atuação dos centros especializados para orientação jurídica e atendimento, como o Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH) e o Centro de Referência em Mediação e Conciliação (CRMC), composto pelas Câmara de Mediação e Câmara de Conciliação. Heerdt evidenciou a recém inaugurada Câmara de Conciliação da Defensoria Pública, que atende especialmente questões oriundas das relações de consumo e já apresenta índices de acordos firmados na ordem de 82%.

Em sua fala, o Heerdt também fez alusão à data de 14 de novembro, véspera do marco da Proclamação da República. “Nunca é demais lembrar que a República Federativa do Brasil constitui-se, por mandamento constitucional, em Estado Democrático de Direito, tendo como fundamentos a cidadania e a dignidade da pessoa humana, e tendo como objetivos fundamentais uma sociedade livre, justa e solidária, a erradicação da pobreza, da marginalização e a redução das desigualdades. Em tempos de crise social e econômica é o cidadão mais necessitado que sofre de forma mais aguda. Por isso, é preciso acreditar nas instituições públicas como a Defensoria Pública, que possibilita o acesso à Justiça e que tem como missão a transformação social, para manter vivos objetivos republicanos, especialmente quanto à redução da desigualdade social”, pontuou.

Por fim, Heerdt referiu que os dados e os números apresentados no relatório de 2018 mostram a evolução da DPE/RS, mas também revelam o não acompanhamento em relação ao crescimento do Poder Judiciário. “Percebe-se que a ampliação da estrutura da DPE/RS não tem acompanhado a expansão da organização judiciária, que resulta da criação de mais comarcas e varas judiciais no território gaúcho. Infelizmente, ainda há nove comarcas que não são atendidas pelo órgão, situação que dificulta o acesso à justiça e traz danos significativos à população mais vulnerável”, disse. E expôs a importância do papel dos Defensores Públicos e a consequência da falta deles na garantia de direitos da população. “É importante que a sociedade perceba que a falta de defensores públicos traz graves consequências. A falta de defensores acaba contribuindo para a morosidade do sistema judicial. Sem defensores públicos, os magistrados gaúchos não conseguem impulsionar processos criminais ou processos de adoção. Sem defensores públicos, boa parte da população não teria acesso à saúde. São apenas alguns exemplos”, enfatizou. Heerdt concluiu agradecendo o apoio do Parlamento gaúcho para a evolução da Instituição, o que reflete na dignidade da população gaúcha, e postulou a manutenção da parceria para a aprovação de projetos que visem à criação de defensorias regionais nas comarcas onde ainda não há o serviço instalado e nas comarcas em que o atendimento é precário. “Assim, consolidaremos a Defensoria Pública no Rio Grande do Sul como uma instituição cada vez mais próxima da população vulnerável, voltada à resolução dos conflitos e das demandas sociais, e que tem a confiança do povo gaúcho”, concluiu.

Presidida pelo Deputado membro da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa e 2º Vice-Presidente, Nelsinho Metalúrgico, a Sessão Solene contou com explanações da Deputada Zilá Breitenbach, representante da bancada do PSDB no Parlamento Gaúcho.

Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *